
Quais os tipos de lipoaspiração que existem?

Há seis modalidades principais de lipoaspiração — tumescente, vibrolipo, ultrassônica (VASER), laser, alta definição (HD) e lipoescultura — escolhidas conforme volume, área e resultado desejado.
A lipoaspiração evoluiu muito desde a versão original criada nos anos 1970, oferecendo hoje um menu de técnicas que atendem diferentes perfis corporais e expectativas estéticas. Cada método usa cânulas, energias ou princípios de aspiração peculiares, mas todos compartilham regras de segurança: limite de 5 % – 7 % do peso corporal aspirado, ambiente hospitalar adequado e acompanhamento pós-operatório rigoroso. Entender essas técnicas ajuda o paciente a alinhar expectativas, escolher o melhor caminho e evitar frustrações com resultados ou tempo de recuperação.
No planejamento, o cirurgião avalia IMC, qualidade de pele, distribuição de gordura e estilo de vida. Pacientes com pele firme podem se beneficiar de tecnologias que refinam contornos superficiais (laser, ultrassom), enquanto pessoas com áreas extensas de gordura costumam responder bem à vibrolipo ou à técnica tumescente tradicional. Já quem busca definition muscular marcada terá indicação para lipo HD, desde que aceite os cuidados adicionais e a disciplina exigidos no pós-operatório.
Mesmo com tanta variedade, vale lembrar que lipoaspiração não é tratamento de obesidade. Todos os métodos retiram gordura subcutânea, mas não alteram a gordura visceral nem substituem dieta ou exercício. Para pacientes acima do peso ideal, o primeiro passo continua sendo reeducação alimentar ou — em casos extremos — terapia bariátrica. Só depois a lipo entra como complemento de contorno.
Independentemente da técnica, o sucesso do procedimento depende da combinação de fatores: equipe capacitada, estrutura hospitalar completa, adesão do paciente às orientações (cinta, drenagem, descanso) e manutenção de hábitos saudáveis. A seguir, conheça em detalhes as seis modalidades mais usadas na prática clínica.
Lipoaspiração tumescente tradicional: base de todas as técnicas
A lipoaspiração tumescente tradicional consiste em infiltrar solução anestésica diluída e aspirar a gordura com cânulas ligadas a vácuo, sendo o método mais estudado e seguro para volumes médios a grandes.
Esse procedimento usa cânulas de vários diâmetros, movimentadas manualmente pelo cirurgião para soltar os adipócitos. A solução tumescente — mistura de soro, anestésico local e adrenalina — reduz sangramento e facilita a remoção da gordura. A técnica é versátil: trata abdômen, flancos, costas, braços e culote, isoladamente ou combinada a excisões de pele (como na abdominoplastia).
O grande diferencial da lipo tumescente é a previsibilidade. Como dispensa equipamentos de energia, há menor risco de queimaduras térmicas e custo hospitalar mais baixo. Em contrapartida, exige força manual maior, o que pode prolongar o tempo cirúrgico em áreas rígidas ou fibrosas. A recuperação segue o padrão clássico: roxos por 10-15 dias, uso de cinta por 4-6 semanas e resultado visível após três meses.
Vibrolipoaspiração: menos trauma, recuperação mais rápida
A vibrolipoaspiração emprega cânulas motorizadas que vibram milhares de vezes por minuto, soltando a gordura com micro-impactos e exigindo menos força do cirurgião.
A vibração diminui o trauma tecidual e o sangramento, pois rompe septos fibrosos sem rasgar vasos de calibre maior. Consequentemente, o inchaço e a dor pós-operatória tendem a ser menores, permitindo retorno a atividades leves em 7-10 dias. A técnica é indicada para áreas extensas (dorso, abdômen 360°) ou regiões fibrosas por cirurgias prévias.
Vantagens práticas da vibrolipo
- Tempo operatório menor em lipo de grande porte
- Hematomas mais discretos e recuperação abreviada
- Melhor liberação de gordura densa (dorso masculino, culote feminino)
Mesmo assim, vibrolipo respeita o mesmo limite máximo de gordura aspirada da técnica tumescente. O diferencial é apenas mecânico e não deve ser interpretado como autorização para retirar volumes maiores.
Lipoaspiração ultrassônica (VASER): gordura emulsificada e pele mais firme
A lipo VASER usa ultrassom de alta frequência para emulsificar a gordura antes da aspiração, preservando vasos, nervos e tecido conjuntivo fino.
A sonda VASER gera micro-cavitação, liquefazendo o adipócito e permitindo aspiração mais fluida. Como o calor liberado é mínimo, o risco de necrose cutânea é baixo quando a potência é bem regulada. Essa emulsificação facilita a retirada em áreas de contorno (braços, papada, interno de coxas) sem criar ondulações.
O ultrassom ainda provoca retração colágena na derme, favorecendo a firmeza da pele nos meses seguintes — benefício útil em pacientes com flacidez discreta. Todavia, a técnica requer curva de aprendizado longa e custo mais elevado, além de prolongar em cerca de 30 min o tempo cirúrgico médio.
Lipoaspiração a laser: calor controlado para retração cutânea
A laser-lipo combina fibra óptica que aquece a gordura a 40-42 °C, rompendo a célula adiposa e estimulando produção de colágeno na derme.
O feixe de laser introduzido na cânula rompe membranas adiposas e coagula pequenos vasos, reduzindo sangramento. A gordura fica mais fluida, aspirada com cânulas finas ou reabsorvida parcialmente pelo organismo. O calor induz retração cutânea, útil em pescoço, braços e abdômen pós-gestação, onde há flacidez moderada.
Lista de cuidados específicos
- Potência bem calibrada para evitar queimaduras internas
- Hidratação intensificada no pós-operatório
- Proibição de sol direto por 60 dias para prevenir hiperpigmentação
O resultado final aparece em torno de seis meses, período necessário para reorganização do novo colágeno estimulado pelo calor.
Lipo de Alta Definição (HD): realce muscular estratégico
A lipoaspiração HD faz escultura seletiva, aspirando gordura superficial ao redor dos feixes musculares para revelar contornos atléticos, como “six-pack” abdominal ou deltoides marcados.
Para alcançar definição, o cirurgião combina vibrolipo ou VASER com cânulas finas que aspiram camadas superficiais — área tradicionalmente evitada em lipo convencional. O procedimento exige IMC baixo-normal, pele firme e adesão a dieta e treino para manutenção do desenho muscular. Recuperação inclui uso de placas de compressão e modelagem com taping por até oito semanas.
A técnica não retira mais gordura que a lipo comum; o diferencial é onde, quanto e como aspirar, preservando depressões anatômicas enquanto esculpe saliências. Resultados podem ser impressionantes, porém requerem disciplina total do paciente para não ganhar peso e distorcer a nova forma.
Lipoescultura: retirar e enxertar no mesmo ato cirúrgico
A lipoescultura aspira gordura de uma área e reinjeta parte dela em regiões que precisam de volume, como glúteos, quadris ou sulcos cutâneos.
A gordura coletada é lavada ou centrifugada para separar sangue e anestésico, depois enxertada com cânulas finas em múltiplos planos, garantindo vascularização. Aproximadamente 60 % – 70 % do enxerto integra-se; o restante é absorvido. Assim, a paciente redefine cintura e, simultaneamente, ganha projeção na região glútea.
Essa técnica dispensa implantes artificiais, diminui risco de rejeição e permite correção de irregularidades de lipo antigas. Contudo, o enxerto exige repouso de pressão nas áreas reimplantadas (ex.: evitar sentar diretamente sobre os glúteos por 2 semanas) e controle de peso para não perder volume recém-colocado.
Conclusão: escolhendo a técnica de lipoaspiração mais adequada
Cada modalidade de lipoaspiração possui indicações, vantagens e limites próprios; a decisão deve equilibrar segurança, expectativa estética e perfil clínico do paciente. Em consulta, profissionais experientes — como o Dr. Juan Montano — analisam IMC, qualidade de pele e hábitos de vida para recomendar a técnica que melhor harmonize avanço tecnológico, tempo de recuperação e resultado duradouro, sempre com foco em saúde e naturalidade.